RECONHECER, RESGATAR E SENTIR-SE 100% EU
As múltiplas definições de autoestima segundo os diferentes autores abrangem 2 aspectos: sentimento de ser capaz e sentimento de ser amado.
Nathaniel Branden autor renomado nos estudos desta temática a define como:
- A confiança em nossa capacidade para pensar e enfrentar os desafios da vida;
- A confiança em nosso direito de ser feliz, a sensação de sermos merecedores, dignos, qualificados para expressar nossas necessidades e desejos e desfrutar os resultados de nossos esforços (BRANDEN, 1998, p.28).
Robert Anthony afirma que 99% das demandas para o trabalho terapêutico dizem de transtornos da autoestima.
Assim, o tema não é a novidade, mas sim a forma como a Psicóloga Maria da Glória Cracco Bozza desenvolveu em sua prática clínica pelo método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”, resultado da aplicação em mais de 150 clientes.
A escultura metafórica que inicia todos os trabalhos clínicos e que é o carro chefe desta metodologia principalmente no viés sobre a autoestima é a do “SOU TÃO VOCÊ QUE SINTO FALTA DE MIM MESMO”. Que muito bem representa as questões de indiferenciação e diferenciação, impotência e onipotência, autonomia e dependência dos outros nos infinitos aspectos relacionais, medos, inseguranças, culpas, angústias, ansiedades, depressões, vazios e tantos outros.
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Após o entendimento da questão trazida pelo cliente e que gera sofrimento, busca-se pela escala de percentagens quanto de zero a 100% o sujeito tem de autoestima neste momento e o restante seria o que deposita no mundo externo, aqui representado pelo “Outro”, como também tenta-se entender o que o leva a perder sua autoestima desta forma. Com os dados levantados constrói-se em argila ou usa-se das esculturas pré-confeccionadas as 2 esculturas humanas, uma inteira e que representa o “Outro” e outra dividida em partes que pode ser montada e desmontada e representa a autoestima do sujeito. Da escultura dividida o sujeito elegerá quais as partes que designam a percentagem de sua autoestima e o restante é projetado, depositado, pendurado na escultura representativa do “Outro”.
Desta forma fica clara, visualmente materializada a máxima desta metodologia, as questões metaforicamente representadas de sua maturidade emocional e os aspectos fragilizados e que necessitam serem trabalhados terapeuticamente.
A autora escolheu as esculturas humanas para melhor representarem à temática, por 2 motivos:
- É a sequência da escultura do “Sou tão você que sinto falta de mim mesmo”, em que existe a representação metafórica do sujeito e de um “Outro”;
- Como também a divisão das partes da escultura retaliada e que representa as percentagens de autoestima, formalizam de maneira condensada aspectos do comportamento e da ação do sujeito no seu dia-a-dia desde seu início até sua finalização, como por exemplo: cabeça para pensar, raciocinar, ver, observar; tórax para sentir e peitar o que penso e quero; braços para realizar o que penso, desejo e peito; quadril para flexibilizar e pernas e pés para levar adiante e na direção desejada o projeto do sujeito.
Após a montagem das esculturas segue o trabalho de “Resgate”, ou seja, depois de reconhecido os aspectos fragilizados, amadurecê-los e apropriar-se dos mesmos à medida que o processo terapêutico avança, até chegar a seus 100% novamente. Foi desenvolvido um dicionário que facilita a leitura de tais projeções metafóricas.
Outra etapa deste processo é a “Colagem” das partes resgatadas da escultura humana representativa da autoestima que tinham sido projetadas na escultura do “Outro”. Apesar de já terem sido resgatados estes aspectos necessitam ser fortalecidos e deixados unificados para a completude de tais aspectos neste sujeito, aqui representados pelo colar uma parte na outra.
Por último vem a construção em argila ou a escolha de uma escultura já pronta, que melhor represente o 100% EU.
O trabalho apresentado pode ser aplicado no trabalho individual, casal, família e grupos.
A grandeza deste trabalho está na possibilidade do sujeito e do profissional envolvido no processo de visualizarem de forma clara e fácil as potencialidades do sujeito, as questões que necessitam serem trabalhados terapeuticamente, os avanços do processo, tendo sempre a mão concretamente e visualizado a constante avaliação dos progressos do trabalho terapêutico.