DESCER DO MURO

IR ENFRENTE OU PARALISAR

A escultura metafórica do “Em cima do muro”, do kit 01 “Argila: Espelho da Auto-Expressão”, traduz o movimento de paralisação de muitas pessoas ao terem que tomar uma posição, fazer uma escolha. Fala da perspectiva do desejo de não querer perder e desejar tudo. Ficar em cima do muro simboliza a sensação ilusória de não querer perder nem uma das situações externas, no entanto reflete a perda interna de seu viver.

 

Em cima do muro

Ficar nesta posição e não fazer a escolha de qual lado deseja é um não viver nada. E o pior: é perder tudo enquanto experiência de vida. Podemos até pensar na possibilidade de escolher ficar em cima do muro – o que não deixa de ser uma escolha –, mas é preciso maturidade suficiente para arcar com as consequências de tal posição.
Muitos optam por descer de um lado do muro, ficando claro a sua escolha e pelo que deseja dar sequência na sua vida. No entanto, vem o próximo passo: ir em frente ou paralisar. Ir em frente é a saída saudável de retornar ao fluxo natural da vida, buscando novas experiências e vivências que vão preenchendo os vazios. Isso fica muito bem representado na escultura do “Sou tão você que sinto falta de mim mesmo”. Conforme o sujeito vive suas escolhas, ele vai se preenchendo e não necessitando buscar no outro – ou que o outro é que fará o que necessita fazer por si e pelo seu viver.

Desce e olha para frente
Desce e olha para frente

O problema pode retornar ou continuar, caso o sujeito opte por descer para um lado do muro. Em vez de ir em frente, vira-se para olhar o outro lado que não escolheu, ficando emaranhado e paralisado novamente na posição de não viver a sua escolha. Uma forma de entender o que o aprisiona ao ficar olhando para o outro lado é buscar as origens em seu passado e nas relações e vínculos familiares, que o impedem de se diferenciar e seguir o caminho escolhido e que diz de sua individualidade.

Olha para frente
Olha para o outro lado do muro

Montando a cena de reconhecimento de tais aspectos segundo o método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”, o que tem do outro lado que o paralisa, aprisiona, auxiliado pelas esculturas dos kits “Argila: Espelho da Auto-Expressão”, facilitará a clareza de tais aspectos de forma lúdica e clara. Tais aspectos também podem ser articulados com o trabalho da criança interior, revelando a dificuldade de agir da criança, pois estaria desobedecendo as figuras de autoridade de sua história familiar, com medo das consequências de retaliação afetiva e o sentimento de culpa vigente, uma vez que está fazendo algo de errado, segundo os ensinamentos dos mesmos.

Adulto agressor
Adulto Agressor

Pode também ser articulado o trabalho da autoestima com os aspectos da diferenciação, muito bem representados pela escultura do “Sou tão você que sinto falta de mim mesmo” citada acima. O sujeito se faz presente pelas escolhas que realiza, ou seja, a única forma de existir é tomando uma posição perante o seu viver.

Sou tão você que sinto falta de mim mesmo
Sou tão você que sinto falta de mim mesmo

Ao trabalhar tais aspectos, o sujeito poderá estar livre desta condição de aprisionamento de seus conteúdos internos, podendo voltar-se para sua escolha, com liberdade, empoderamento e autoestima. Indo em frente, vai destravando e vivendo com propriedade aquilo que escolheu para viver e que é de seu real desejo.