Os três elementos – passado, presente e futuro – são contingentes da linha do tempo. Falam de acontecimentos dentro do contínuo espaço-tempo. São importantes para o existir de cada indivíduo e para saber quem se é. Através do passado, sabe-se de todo e qualquer acontecimento em algum momento do tempo anterior até o presente, traduz-se e identifica-se a história de cada um. O passado já existiu, já foi o presente em algum dia, hoje já não existe mais. Como bem diz William Shakespeare, “levantar uma dor passada no presente é criar outra dor e sofrer novamente”.
O futuro será presente também em algum momento, porém ainda não existe. Sêneca bem o qualifica da seguinte forma: “dedica-se a esperar o futuro apenas quem não sabe viver o presente”. O que realmente existe é o presente, que em algum momento fez o passado (e fará o futuro) ser real.
Não podemos negar o passado. Ele fornece as informações de quem somos hoje. Se o negarmos, deixamos de existir. O maior problema é continuar tentando vivê-lo como se estivesse ainda presente, como se estivesse aqui e agora, em tempo real. Seria como a representação pela escultura metafórica do Kit 01 “Argila: Espelho da Auto-Expressão” do “caixão de defunto”, na representabilidade de algo acabado, morto e que não mais existe enquanto presença viva. Ficar olhando para ele, ou seja, na cena olhando para trás leva à depressão e rouba, em outras palavras, o existir de cada um de nós. Na medida em que não vivemos o aqui e agora, não nos preenchemos, ficando com a sensação de um grande vazio existencial, deprimidos, sem vida e com uma grande pobreza de vivências que só o presente nos acresce, alimenta e preenche.
Da mesma forma, viver o futuro também é ficar com o vazio do existir, pois vive-se o que não existe no momento presente, aqui representado pela escultura metafórica do Kit 02 “Argila: Espelho da Auto-Expressão” “o fantasma”. Portanto, se não vivo o que existe, que é o presente, e vivo o futuro que não existe, fico literalmente com um grande vazio, o qual gerará muita angústia e ansiedade numa tentativa em vão de controlar o nada, o que não existe. Só consigo ter controle do que está ao meu alcance e no aqui e agora. Posso precaver-me para projetos futuros, porém só controlo o que estiver no meu alcance, pois muitas coisas não dependem de mim.
Nas cenas anteriores apresentadas pelas gravuras das esculturas metafóricas, tanto do passado quanto um passo para frente para o futuro, deixo de viver o que está ao meu redor para estar voltado para trás, para o que não mais existe, ou um passo para frente, para aquilo que ainda não existe.
Portanto, o fundamental na linha do tempo do existir de cada um é não negar o passado e lembrar dele com gratidão, como também não estar no futuro, pois ambos, passado e futuro, de alguma forma ajudam a saber quem somos, pelo que vivemos ou naquilo que desejamos viver nos projetos futuros e de possíveis mudanças. O que necessitamos fazer nesta viagem do tempo de nossas vidas é existir, dar uma parada para viver o aqui e agora, o momento atual, enfim, o presente, o qual nos presentifica para sermos o que somos: pessoas únicas e diferenciadas num eterno e constante infinito enquanto existirmos.
Se o passado se chama “ontem” e o futuro se chama “amanhã”, o único momento perfeito para fazer e, principalmente, viver é o “aqui e agora”, com os que amamos e com as pessoas com quem nos relacionamos. Enfim, o melhor presente que podemos nos dar e receber do universo é o “presente”.
Viva e seja o presente, presentifique-se para que possa ser e existir! Presenteie-se e seja feliz! Este é o presente que posso lhe sugerir.