O Fortalecimento e o Enfraquecimento das Relações

Os relacionamentos existem e fazem-se presentes na vida de um sujeito desde o momento em que o seu existir é idealizado por uma ou pelas duas partes vigentes em sua concepção. Ele se torna, portanto, um ser relacional desde muito cedo.

 À medida que se desenvolve espera-se que, a partir das experiências vividas, amadureça e possa vincular-se de forma saudável.

Mesmo sendo esse sujeito maduro, algumas circunstâncias e certos relacionamentos acabam abalando a racionalidade e o bom senso e fazendo com que predomine a imaturidade e a inadequação – traduzidas pelo método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”, que retrata a criança interior do sujeito neste momento. Pode-se dizer que todos os seres humanos possuem uma criança interior, que representa aqueles comportamentos imaturos, infantis e inadequados.

O problema não são as crianças interiores existentes na humanidade, mas o fato de que se soltam e aparecem nas relações interpessoais. Quando, em uma relação entre adultos de qualquer ordem de relacionamento (casal, amigos, grupos, patrão e funcionários, pais e filhos, professores e alunos, etc.) uma das “crianças” está solta, enquanto a do outro está sob vigilância madura e ponderada, dificilmente ocorrerá uma briga maior ou um rompimento.

       

O problema se estabelece quando as duas crianças se soltam e se confrontam infantilmente, tomando conta da situação que já estava altamente nevrálgica e que, com certeza, ficará pior.

Nessas situações, o autoconhecimento é fundamental, pois permite perceber qual o sentimento (medo, tristeza, mágoa, desgosto, irritabilidade, ansiedade) que desencadeou e gerou tal reatividade. Dessa forma é possível buscar o amadurecimento de tais aspectos, o que pode evitar sérios conflitos ou mesmo possíveis rompimentos desnecessários, causadores de grande sofrimento. 

      

É possível – e até ideal – amadurecer os aspectos que se fazem necessários e, ao mesmo tempo, deixar aflorar o lado positivo da criança interior: a intuição, a perseverança, a amorosidade, a alegria, o lúdico. Esses aspectos podem ter sido abafados ou soterrados ao longo do desenvolvimento como consequência da educação ou das experiências, porém estão ali, vivos internamente, esperando a oportunidade de serem novamente libertos e revitalizados.

Para um existir mais equilibrado, mais saudável e pleno, reeduque sua criança interior, amando-a, acolhendo-a ou colocando-lhe os devidos limites, libertando-a de sofrimentos desnecessários e conflitantes, prevenindo-a de doenças.